Francis Ford Coppola está prestes a lançar seu novo épico de ficção científica, Megalopolis, e a ansiedade dos fãs e críticos está a mil. Depois de décadas planejando e enfrentando uma série de problemas e controvérsias, Coppola investiu milhões do seu próprio bolso para concretizar esse projeto de paixão. Desde seu início no cinema com grandes clássicos, o diretor sempre foi conhecido por sua visão ambiciosa e a vontade de arriscar tudo para criar algo inovador. E Megalopolis, que será lançado oficialmente em 27 de setembro, parece ser o maior exemplo dessa ousadia.
A produção de Megalopolis foi marcada por desafios complexos, como dificuldades na distribuição e acusações de comportamento inapropriado nos bastidores. Mesmo com a crítica dividida sobre o filme, Coppola segue firme em sua crença de que este projeto vai impactar o público, como já fez com suas obras passadas. Antes de conferirmos essa nova aventura, vale a pena relembrar os filmes que transformaram Coppola em um ícone do cinema mundial.
O Poderoso Chefão (1972)
Se há um filme que colocou Francis Ford Coppola no topo da lista dos maiores diretores da história, foi O Poderoso Chefão. Baseado no livro de Mario Puzo, o longa mergulha na vida da família Corleone, liderada por Vito Corleone (Marlon Brando). O enredo se desenrola em torno de Vito tentando manter seu filho mais novo, Michael (Al Pacino), longe dos negócios ilícitos da família. Contudo, as circunstâncias fazem com que Michael acabe assumindo o comando da organização criminosa.
Este filme não só mudou a carreira de Coppola, mas também transformou a forma como os filmes de máfia eram vistos em Hollywood. O Poderoso Chefão foi aclamado pela crítica e pelo público, ganhando três Oscars, incluindo o de Melhor Filme e Melhor Ator para Marlon Brando. Além disso, trouxe uma autenticidade que faltava nos filmes de gangsters da época, graças à abordagem cuidadosa de Coppola e às performances inesquecíveis de Brando e Pacino.
O Fazedor de Chuva (1997)
Após algumas críticas pesadas por filmes anteriores, como Jack, Coppola fez seu retorno triunfal com o thriller jurídico O Fazedor de Chuva, em 1997. Baseado no romance de John Grisham, o filme segue Rudy Baylor (Matt Damon), um jovem advogado lutando contra uma gigante companhia de seguros em um caso cheio de reviravoltas. O Fazedor de Chuva é considerado uma das melhores adaptações de Grisham, justamente por capturar não só a trama principal, mas também os detalhes dos personagens e suas vidas cotidianas.
O filme foi elogiado por fugir dos clichês tradicionais dos dramas de tribunal e trazer uma dose de realismo ao dia a dia de um advogado. Matt Damon, ainda no início de sua carreira, entrega uma performance poderosa, enquanto Coppola mantém o suspense do começo ao fim.
Peggy Sue – Seu Passado a Espera (1986)
Peggy Sue – Seu Passado a Espera marca uma mudança no tom típico dos filmes de Coppola. Lançado em 1986, o filme é uma comédia romântica com um toque de ficção, estrelada por Kathleen Turner. A trama gira em torno de Peggy, uma mulher prestes a se divorciar, que acaba voltando no tempo para reviver seu último ano de ensino médio. Esse retorno ao passado permite que ela reavalie suas escolhas, incluindo seu relacionamento com Charlie, seu amor da juventude.
Diferente dos filmes mais densos de Coppola, Peggy Sue é uma história leve e tocante sobre arrependimentos e segundas chances. O filme chegou em um momento em que a nostalgia estava em alta, com produções como De Volta para o Futuro, mas se destacou por focar mais nas emoções do que em complicadas tramas de viagem no tempo.
A Conversação (1974)
Lançado entre as duas primeiras partes de O Poderoso Chefão, A Conversação é um thriller psicológico que reflete as paranoias da época pós-Watergate. Gene Hackman interpreta Harry Caul, um especialista em vigilância que, durante uma escuta, acaba ouvindo algo que coloca sua vida em perigo. O filme acompanha o crescente medo de Harry enquanto ele desconfia de estar sendo perseguido e se torna obcecado em descobrir a verdade.
Gene Hackman oferece uma de suas atuações mais memoráveis, capturando perfeitamente a paranoia de seu personagem. Coppola, por sua vez, cria uma atmosfera densa e claustrofóbica, explorando os limites da privacidade e da paranoia. A Conversação é um filme intrigante que, embora tenha sido ofuscado por O Poderoso Chefão Parte II no mesmo ano, é uma obra-prima por si só.
Leia mais:
- As 10 frases de O Poderoso Chefão que deixaram sua marca
- Coraline 2 vai acontecer? Veja a resposta ANIMADORA do escritor Neil Gaiman!
- Megalopolis: Novo filme de Coppola promete muito com trailer INSANO
Drácula de Bram Stoker (1992)
Em 1992, Coppola trouxe à vida uma das adaptações mais fiéis do clássico romance Drácula, de Bram Stoker. Este filme trouxe de volta o estilo gótico, com um visual deslumbrante, figurinos extravagantes e uma direção artística sombria. O enredo segue fielmente o livro, com Drácula se apaixonando por Mina Harker e sendo caçado pelo lendário Van Helsing.
Apesar de algumas críticas ao sotaque de Keanu Reeves no papel de Jonathan Harker, o filme foi amplamente elogiado pela atuação excêntrica de Gary Oldman como Drácula e pela poderosa performance de Winona Ryder como Mina. Visualmente, o filme é deslumbrante e capturou perfeitamente o clima sombrio e romântico do livro de Stoker.
O Poderoso Chefão Parte II (1974)
Se O Poderoso Chefão já era considerado uma obra-prima, sua sequência, O Poderoso Chefão Parte II, conseguiu algo raro: ser ainda melhor que o original. Dividido entre o presente, com Michael Corleone consolidando seu poder, e o passado, com a ascensão de Vito Corleone, o filme explora de forma ainda mais profunda os temas de lealdade e corrupção.
Coppola conseguiu a façanha de criar uma sequência que aprofunda a história dos Corleone, destacando o declínio moral de Michael em contraste com o crescimento de Vito. Para muitos críticos e fãs, essa é a maior sequência já feita no cinema.
Apocalypse Now (1979)
Apocalypse Now, lançado em 1979, é uma obra-prima do cinema de guerra que levou Coppola ao limite tanto financeiro quanto emocional. A adaptação do livro O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, coloca o personagem de Martin Sheen em uma missão para assassinar o enigmático Coronel Kurtz, interpretado por Marlon Brando. Ao longo da jornada, o capitão Willard (Sheen) mergulha em uma descida alucinante pela insanidade da guerra.
O filme é uma representação brutal e psicodélica da guerra do Vietnã, com visuais perturbadores e uma trilha sonora que mescla rock clássico com sons de pura angústia. A produção foi caótica, mas o resultado final é um dos filmes mais reverenciados de Coppola, sendo considerado um dos maiores filmes de guerra já feitos.
O que esperar de Megalopolis?
Com o lançamento de Megalopolis se aproximando, o público está ansioso para ver o que Coppola trará desta vez. O diretor sempre soube como desafiar as expectativas, e embora tenha enfrentado várias dificuldades, ele parece determinado a entregar algo grandioso. Se Megalopolis conseguir atingir o mesmo impacto de seus clássicos anteriores, certamente será uma adição marcante à sua carreira lendária.
Com um elenco estelar e uma produção ambiciosa, Megalopolis promete ser uma obra única, trazendo novamente o talento visionário de Coppola para o centro do cinema mundial.