As medidas adotadas parecem ter surtido efeito, ao menos é o que diz a Netflix. A empresa de streaming anunciou nessa semana que, a sua receita no trimestre e o número assinaturas aumentaram após as medidas de combate ao compartilhamento de senhas. Segundo os dados da Refinitiv, o número de assinantes aumentou em 8%, o que equivale a 5,9 milhões de novos clientes.
Apesar do aumento, a receita da empresa ainda ficou um pouco abaixo do esperado. Neste segundo trimestre, a Netflix registrou um lucro de US$ 8,19 bilhões, 3% a mais que o período anterior. Eram esperados US$ 8,30 bilhões, cerca de R$ 39,7 bilhões na conversão direta para a moeda brasileira.
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Segundo as previsões da companhia, o próximo semestre deve apresentar números mais animadores, como consequência do lançamento do plano com anúncios e das ações que travaram o compartilhamento de senhas pelos assinantes.
Tentando aumentar os lucros para o próximo semestre, a Netflix anunciou o fim da opção do plano básico sem anúncios pelo valor de R$ 25,90. Dessa forma, os usuários deverão mudar para o plano com anúncios, que custa R$ 18,90, ou fazer um upgrade para o pacote Padrão, por R$ 39,90.
Além disso, a companhia revelou que aumentou a previsão de seu fluxo de caixa livre em R$ 1,5 bilhão (R$ 7,19 bilhões), totalizando US$ 5 bilhões (R$ 23,9 bilhões) para o ano de 2023. O fluxo de caixa livre é uma métrica que o mercado de ações utiliza para medir quanto dinheiro sobra para uma empresa, após o cumprimento de todas as obrigações financeiras.
Segundo a Netflix, o aumento foi justificado por um período de “menores custos”, visto que o início das gravações foi paralisado pela greve dos roteiristas e atores de Hollywood. Essa atitude demonstra como as empresas de streaming estão lidando com as paralisações e com as demandas que estão sendo levantadas pelos profissionais do entretenimento.
Greve dos atores e roteiristas de Hollywood
Na semana passada, atores e roteiristas de Hollywood se uniram no que pode ser a maior greve na história da indústria cinematográfica. A revisão dos contratos, que envolve atualização de ganhos, regulamentações dos serviços de streaming e do limite para uso de Inteligência Artificial nas produções, são as reivindicações dos profissionais.
Os roteiristas estão em greve desde 2 de maio, sendo que os atores estão paralisados desde 13 de julho. As classes são representadas pelos Sindicato de Atores (SAG – AFTRA) e Sindicato de Roteiristas (WGA).
A paralisação ocorreu após as duas organizações não chegarem a um acordo com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), associação que representa as empresas de produção de filmes e séries, como a Sony, a Disney, a Warner entre outras.
Greves de atores e roteiristas já aconteceram algumas vezes em Hollywood, e a última delas nem faz tanto tempo assim. Em 2007, roteiristas pediam a revisão dos contratos por conta da venda de DVDs. Agora, uma greve em conjunto de atores e roteiristas não acontecia desde os anos 60, quando os dois sindicatos se uniram, por revisões de ganhos residuais, mas por filmes exibidos na televisão.