A disputa entre o TikTok e a Universal Music Group atingiu um novo patamar na última terça-feira, 27, quando a rede social anunciou a remoção de mais músicas da gravadora, incluindo não apenas os sucessos de artistas renomados, mas também obras de compositores. A estimativa da plataforma é que até 30% das chamadas “músicas populares” possam ser retiradas do aplicativo, gerando um impacto significativo na experiência musical dos usuários.
Discordância de Royalties: Um Impasse Crescente
O impasse entre uma das maiores redes sociais do mundo e um dos titãs da indústria musical começou no início do mês e gira em torno do pagamento de royalties. O TikTok havia licenciado as músicas da Universal até o início deste ano, porém, após não conseguirem chegar a um acordo sobre a remuneração adequada aos artistas, a licença expirou.
A Universal Music Group acusa o TikTok de buscar pagar uma “fração” do valor que outras plataformas destinam aos artistas, qualificando a abordagem da rede social como “intimidação”. Por outro lado, o TikTok rejeita essa narrativa, classificando-a como falsa e retórica.
Ampliação do Conflito: Compositores na Linha de Fogo
Inicialmente, as músicas dos artistas contratados pela gravadora foram afetadas, mas agora a disputa se estende também às obras dos compositores associados à Universal. Este grupo abrange renomados nomes como Adele, Justin Bieber, Mariah Carey, e outros, com o TikTok alertando que a remoção pode atingir até 30% das músicas consideradas populares na plataforma.
Se um compositor contribuiu, mesmo que minimamente, para uma música, toda a gravação teoricamente deve ser retirada do TikTok. Essa ação pode se estender para músicas de artistas de outros selos, como Sony e Warner, bem como artistas independentes.
Impacto no Catálogo: Milhões de Músicas em Risco
O catálogo da Universal Music Group, composto por aproximadamente três milhões de músicas, já foi parcialmente removido em fevereiro. Com o acordo de catálogo editorial expirando no final da semana, existe a possibilidade de mais quatro milhões de músicas serem retiradas da plataforma.
Embora a Universal alegue que apenas 1% de sua receita total provém do TikTok, a plataforma, com mais de um bilhão de usuários, desempenha um papel crucial para novos artistas e na criação de virais e tendências de dança.
Tensão Passada: Paralelo com Outros Conflitos na Indústria Musical
Não é a primeira vez que a indústria da música se vê em um impasse com plataformas online. Em um episódio semelhante entre 2008 e 2009, a Warner Music Group retirou ou silenciou sua música no YouTube, culminando em meses de negociações antes de um acordo ser alcançado.
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