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Tecnologia pode ajudar a desenvolver computadores quânticos mais acessíveis

Imagine um mundo onde as fronteiras da computação são ampliadas para além do que podemos compreender hoje. Um mundo onde os computadores possam resolver em segundos problemas que levariam milhares de anos para serem solucionados pelos sistemas atuais. Parece algo saído diretamente de um episódio de Black Mirror, não é mesmo? Mas estamos falando de algo bem real: a computação quântica. E recentemente, um avanço significativo promete tornar essa tecnologia não apenas mais potente, mas também mais acessível.

Em um artigo publicado na revista Nature, uma equipe internacional de cientistas deu um grande passo para tornar os computadores quânticos uma realidade mais prática. Eles demonstraram um tipo de qubit, a unidade básica de informação quântica, que opera a temperaturas um pouco mais elevadas do que o limite quase inatingível do zero absoluto. Embora ainda exija um ambiente extremamente frio, esse avanço poderia simplificar e baratear consideravelmente a computação quântica.

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A revolução do qubit

O qubit mencionado no artigo utiliza spins de elétrons individuais e mostrou-se funcional em temperaturas em torno de 1°K. Isso é mais quente do que a temperatura operacional perto do zero absoluto, que até agora era considerada necessária para a computação quântica. Esta diferença, apesar de pequena, tem implicações enormes. Significa que a infraestrutura necessária para manter os computadores quânticos operacionais pode ser significativamente menos complexa e cara.

Por que a computação quântica depende de baixas temperaturas?

Desde 1998, quando um protótipo de computador quântico foi apresentado por Isaac Chuang e Neil Gershenfeld, da Universidade da Califórnia em Berkeley, sabemos que a computação quântica enfrenta um grande desafio: ela precisa operar em temperaturas extremamente baixas. Isso porque os fenômenos quânticos, a base dessa tecnologia, só ocorrem se estiverem isolados do calor do mundo exterior.

Desafios e oportunidades de um computador quântico mais “quente”

A possibilidade de qubits operarem em temperaturas mais altas abre um novo campo de possibilidades para a computação quântica. No entanto, isso também apresenta novos desafios, como a correção e o controle de erros, que podem ser mais frequentes em temperaturas elevadas. Os cientistas Andrew Dzurak e André Luiz Saraiva de Oliveira, da universidade UNSW Sydney, alertam para esses desafios em um artigo na plataforma The Conversation.

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Economia significativa

A redução na necessidade de sistemas de refrigeração extremamente potentes e complexos não só simplifica a estrutura dos computadores quânticos mas também reduz drasticamente os custos operacionais. Os ganhos em eficiência e a economia de custos resultantes dessa inovação podem chegar à casa dos milhões de dólares, considerando-se os gastos bilionários em pesquisa e desenvolvimento em campos como o da concepção de medicamentos.

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Futuro promissor

Com essa inovação, a computação quântica dá um passo importante em direção a uma aplicabilidade mais ampla. A esperança dos pesquisadores é que essa tecnologia possa, eventualmente, sair dos laboratórios especializados e ser incorporada em centros de dados industriais e comerciais, tornando-se parte de nosso cotidiano. Isso poderia revolucionar inúmeras áreas, desde a medicina até a criptografia, abrindo as portas para um futuro que, até agora, parecia apenas ficção científica.

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