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Filme de terror polêmico choca ao entrar no catálogo do Disney+

A recente adição do filme de terror Salò ou os 120 Dias de Sodoma, dirigido por Pier Paolo Pasolini em 1975, ao catálogo do Disney+ causou um verdadeiro alvoroço nas redes sociais. Conhecido por seu conteúdo voltado ao público infantil, o Disney+ surpreendeu os internautas ao incluir um dos filmes mais perturbadores da história do cinema, deixando muitos espectadores incrédulos.

A obra é amplamente reconhecida como um clássico do terror, descrita por críticos como extremamente perturbadora, a ponto de muitos não conseguirem assisti-la até o fim. A chegada de Salò ao Disney+ levantou diversas questões sobre a curadoria da plataforma e a adequação de seu conteúdo.

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Créditos: Reprodução

A Trama de “Salò ou os 120 Dias de Sodoma”

Salò ou os 120 Dias de Sodoma é dirigido por Pier Paolo Pasolini e baseado no livro do Marquês de Sade. A trama retrata quatro libertinos fascistas que sequestram nove adolescentes, meninos e meninas, submetendo-os a 120 dias de sofrimento como escravos sexuais, obrigando-os a participar de variadas formas de orgias e sofrendo torturas físicas e mentais.

O filme é dividido em três segmentos principais, que fazem referência aos círculos do Inferno de Dante: Antinferno, Círculo das Manias e Círculo da Merda. A abordagem explícita e gráfica do filme em relação a esses temas fez dele uma obra polêmica desde seu lançamento.

Recepção Crítica

No Rotten Tomatoes, Salò ou os 120 Dias de Sodoma tem uma aprovação de 71% entre os críticos, baseada em 41 análises, e uma aprovação de 62% pelo público. Essa divisão de opiniões reflete a natureza controversa do filme. Enquanto alguns críticos questionaram os objetivos de Pasolini, outros elogiaram seu trabalho como uma obra-prima perturbadora.

Vincent Canby, do New York Times, disse: “Um exemplo perfeito do tipo de conteúdo que, teoricamente, pode ser aceitável no papel, mas se torna tão repugnante quando visualizado na tela que acaba por desumanizar ainda mais o espírito humano, algo que deveria ser a preocupação central do artista”.

Ed Potton, do The Times, comentou: “Havia um propósito por trás de toda essa depravação; Pasolini estava comentando sobre o efeito desumanizador do fascismo, com referências a Proust, Nietzsche e aos círculos do Inferno de Dante. Mesmo assim, você provavelmente vai querer um banho depois de assistir”.

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Kim Newman, da Empire Magazine, afirmou: “Tão perturbador quanto pretendia ser. Pode não ser uma experiência agradável, mas é sem dúvida uma experiência marcante”.

David Ansen, do Newsweek, observou: “Segundo relatos, o diretor estava em desespero diante da violência aleatória da sociedade italiana pouco antes de sua morte; esse sentimento permeia sua obra final, conferindo-lhe uma significância póstuma”.

Gilbert Adair, do Independent, descreveu o filme como: “É uma obra-prima, ainda a representação mais convincente da crueldade humana na história do cinema até hoje”.

Richard Brody, do New Yorker, concluiu: “Este filme é essencial de ser visto, porém impossível de assistir: um espectador pode sentir que a própria vida foi profanada além de qualquer redenção pelo simples fato de que tais coisas possam ser mostradas ou mesmo imaginadas”.

O Impacto da Disponibilidade no Disney+

A inclusão de Salò ou os 120 Dias de Sodoma no Disney+ levanta questões sobre a curadoria de conteúdo na plataforma e a responsabilidade de proteger audiências vulneráveis de material inadequado. Embora a fusão com o Star+, que possui um conteúdo mais adulto, possa justificar essa escolha, muitos usuários ainda consideram a decisão bizarra e preocupante.

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Este evento destaca a importância de políticas claras e avisos de conteúdo para garantir que os espectadores estejam cientes do que estão prestes a assistir, especialmente em plataformas conhecidas por seu público familiar.

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