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Coringa: Relembre fantasias e traumas de Arthur Fleck no primeiro filme

O filme Coringa, dirigido por Todd Phillips, não é apenas um filme sobre um vilão icônico; é uma experiência cinematográfica que desafia as convenções e mergulha profundamente na psique perturbada de Arthur Fleck. Com uma narrativa intensa e angustiante, o filme foge do padrão dos blockbusters de super-heróis, oferecendo uma visão crua e realista que se destaca dentro do universo cinematográfico.

Ao revisitar Coringa, é fascinante explorar não apenas a transformação física e emocional de Arthur, mas também as várias “fantasias” ou sequências de devaneio que pontuam sua descida à loucura. Vamos mergulhar nessas cenas que tanto contribuem para a complexidade do personagem e do enredo.

Coringa
Créditos: Reprodução

A primeira “aparição” de Arthur em Murray Franklin

Uma das primeiras fantasias de Arthur acontece durante um dos seus momentos de maior vulnerabilidade. Enquanto assiste ao programa de seu ídolo, Murray Franklin, Arthur imagina-se sendo reconhecido na plateia, convidado a descer e até abraçado como um filho pelo apresentador. Essa cena revela o desejo profundo de Arthur por aceitação e amor paternal, temas que percorrem todo o filme. O devaneio prenuncia sua obsessão por ser notado e sua crescente conexão com a persona do Coringa.

Relacionamento ilusório com Sophie

A relação de Arthur com sua vizinha Sophie é um ponto crucial que é desvendado ao público como uma ilusão. Inicia-se com um encontro no elevador, onde Sophie faz um gesto de “atire em mim” em tom de brincadeira. Arthur, já profundamente solitário e instável, cria uma série de encontros românticos com ela que nunca aconteceram. Este relacionamento imaginário avança até um ponto crítico, quando Arthur, após a morte de sua mãe, entra no apartamento de Sophie e descobre que ela mal o reconhece. A revelação de que essas interações foram fantasias evidencia o estado frágil da mente de Arthur e serve como um ponto de virada para sua transformação em Coringa.

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Condição de riso de Arthur

Outro aspecto fascinante do filme é a condição de riso incontrolável de Arthur, que ele explica através de um cartão laminado como sendo resultado de um trauma. Este riso ocorre frequentemente em situações de alto estresse, reforçando o isolamento e a dor que Arthur sente constantemente. A condição, que ele tenta desesperadamente controlar, é um reflexo físico da luta interna de Arthur entre quem ele é e quem a sociedade quer que ele seja.

O confronto com Thomas Wayne

Em outra sequência significativa, Arthur confronta Thomas Wayne em um banheiro, onde busca respostas sobre sua possível paternidade. A conversa tensa e o desfecho violento refletem não apenas a rejeição pessoal que Arthur sente, mas também sua crescente rejeição pela sociedade elitista representada por Wayne. Este momento é crucial para o desenvolvimento de Arthur, solidificando sua identidade como alguém fora das normas sociais.

Coringa
Créditos: Reprodução

O clímax no show de Murray Franklin

Finalmente, a culminação da fantasia de Arthur ocorre em sua aparição no show de Murray Franklin, desta vez na realidade e não em devaneio. Vestido como Coringa, Arthur confronta Murray e sua audiência com um discurso que é tanto uma confissão quanto uma acusação. Esse ato final de rebelião marca a completa transformação de Arthur em Coringa, o agente do caos que desafia as normas e expõe as falhas da sociedade.

Coringa, da DC, é um estudo de personagem fascinante, e as fantasias de Arthur Fleck são tanto um mecanismo de defesa quanto uma janela para sua alma atormentada. Ao revisitar essas sequências, podemos apreciar ainda mais a profundidade e a complexidade que Joaquin Phoenix trouxe ao personagem e entender melhor o impacto duradouro do filme no universo do cinema e além.

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