Nos últimos anos, a cultura pop sul-coreana se tornou um fenômeno global. Nesse cenário, uma história chocante viralizou na internet. Dois adolescentes foram condenados a 12 anos de trabalho forçado pelo “crime” de assistir k-dramas e doramas.
A notícia, que reflete as tensões culturais e políticas da atualidade, é um recado sombrio de como a liberdade de expressão e o acesso à cultura podem variar drasticamente entre diferentes sociedades. Confira mais detalhes na nossa matéria.
O fenômeno global dos k-dramas
Os k-dramas, dramas televisivos sul-coreanos, tornaram-se uma sensação global nos últimos anos, conquistando corações e mentes ao redor do mundo.
Com histórias envolventes, personagens cativantes e produções de alta qualidade, esses dramas têm consistentemente aparecido no Top 10 da Netflix em vários países, incluindo o Brasil.
Séries como Round 6, Pretendente Surpresa, Pousando no Amor e Sorriso Real são exemplos da popularidade e do impacto cultural dos k-dramas, que transcendem fronteiras e idiomas.
A tragédia dos k-dramas na Coreia do Norte
A história de dois fãs norte-coreanos de k-dramas, ambos com 16 anos, é uma narrativa profundamente trágica.
Eles foram condenados em público, na frente de centenas de colegas, por terem assistido a produções de TV vindas da Coreia do Sul.
O regime norte-coreano, liderado por Kim Jong-un, impõe rigorosas restrições culturais, proibindo a disseminação de qualquer forma de entretenimento sul-coreano, incluindo k-dramas e doramas.
As imagens dos adolescentes algemados, divulgadas pela BBC, são um lembrete sombrio da severidade do regime. Veja abaixo:
Lei proíbe k-dramas na Coreia do Norte
A Coreia do Norte, numa tentativa de barrar as influências culturais do Sul, incluindo o k-pop e os k-dramas, implementou em 2020 a chamada “Lei do Pensamento Anti-reacionário”.
Tal legislação pune severamente qualquer pessoa que assista, possua ou distribua entretenimento sul-coreano, como filmes, séries e produtos musicais.
As penalidades incluem até 15 anos em campos de trabalho forçado, e, em casos mais graves, até mesmo a pena de morte.
A lei também proíbe falar, escrever ou cantar no estilo sul-coreano, com punições que podem incluir até dois anos de trabalho forçado.
A guerra de Kim Jong-un contra os k-dramas
O líder norte-coreano Kim Jong-un tem descrito o k-pop e os k-dramas como um “câncer cruel”, acreditando que eles corrompem os jovens norte-coreanos.
A percepção do ditador reflete uma luta mais ampla do regime norte-coreano contra influências estrangeiras, numa tentativa de manter o controle ideológico e cultural sobre sua população.
Desse modo, a condenação dos adolescentes por assistirem a k-dramas é um exemplo extremo dessa batalha contra a cultura pop sul-coreana.
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História é uma lição importante
A história desses adolescentes norte-coreanos é um lembrete da liberdade que muitas vezes damos como garantida.
Enquanto os k-dramas e doramas continuam a encantar fãs ao redor do mundo, para alguns, como esses jovens, o preço por essa paixão pode ser extraordinariamente alto.