Uma crescente tendência no TikTok, conhecida como “pornografia da pobreza”, tem gerado debates éticos devido à filmagem de pessoas em situações desoladoras, especialmente moradores de rua, durante episódios de overdose. Este fenômeno, exemplificado por um vídeo recente de Michael Manitoba, levanta questões sobre os limites éticos na exposição de situações delicadas. Originada da crise de opioides, a prática reflete um aumento significativo no número de usuários de drogas entre moradores de rua.
Tendência viral no TikTok levanta preocupações éticas
Uma tendência alarmante no TikTok tem gerado intensos debates e preocupações éticas, centrando-se na filmagem de pessoas em situações desoladoras, principalmente moradores de rua, durante episódios de overdose. Especialistas rotularam essa prática como “pornografia da pobreza”, um fenômeno chocante que está ganhando espaço em várias plataformas de mídia social.
Filmagens chocantes geram debates polêmicos
O caso mais recente que levantou questões éticas ocorreu no TikTok, onde um vídeo mostrando Michael Manitoba sofrendo uma overdose se tornou viral. Essa produção provocou discussões acaloradas sobre os limites éticos da exposição de situações tão delicadas.
Crise de opioides nos Estados Unidos
A origem dessa tendência está ligada à crescente crise de opioides, uma realidade predominante em várias regiões da América do Norte. Nos Estados Unidos, registros alarmantes indicam mais de 100 mil mortes por overdose em 2021, sendo 80% relacionadas a opiáceos.
A realidade em São Francisco
A cidade de São Francisco, na Califórnia, enfrenta uma crise em ascensão, com um aumento de 41% nas mortes, equivalendo a uma pessoa morrendo a cada 10 horas. Especialistas alertam para o aumento significativo no número de usuários de drogas entre moradores de rua, saltando de 25% para impressionantes 80% nos últimos anos.
“Pornografia da Pobreza” e seus riscos éticos
A prática da “pornografia da pobreza” apresenta riscos e dilemas éticos, envolvendo a exposição de indivíduos vulneráveis sem permissão, como evidenciado no caso de Michael Manitoba, filmado no Canadá. Este termo deriva do “turismo da pobreza”, que consiste na filmagem de lugares e pessoas em situações difíceis visando satisfação ou engajamento social.
Amplificação do estigma e sofrimento
Especialistas ressaltam que essa prática não oferece soluções efetivas; ao contrário, ela amplifica o estigma e o sofrimento. Enquanto alguns criadores defendem que sua intenção é alertar sobre os perigos das drogas, especialistas e ativistas argumentam que essa abordagem é prejudicial e desumana.
Em meio a esse debate ético, a sociedade precisa refletir sobre o impacto dessas tendências nas plataformas de mídia social. O equilíbrio entre conscientização e respeito à privacidade e dignidade dos indivíduos vulneráveis é crucial. O fenômeno da “pornografia da pobreza” levanta questões importantes sobre a ética digital e a responsabilidade social na era das redes sociais.
