A censura no cinema é um tema que sempre provoca debates acalorados. Ao longo dos anos, diversos filmes foram proibidos em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, por uma variedade de razões, desde o conteúdo violento até a abordagem de temas considerados tabu. Essas controvérsias cinematográficas servem como um espelho dos valores e medos de suas respectivas épocas. A censura, enquanto tentativa de manter a ordem moral ou política, frequentemente colide com a arte, que busca explorar, questionar e, muitas vezes, subverter essas mesmas normas.
Neste artigo, vamos explorar sete filmes que, em algum momento, não puderam ser exibidos nos cinemas brasileiros. Prepare-se para uma viagem pela história do cinema e as controvérsias que alguns filmes podem gerar.
Laranja Mecânica (1971)
Dirigido por Stanley Kubrick, Laranja Mecânica é um filme que se passa em uma Inglaterra distópica, onde um jovem é preso e submetido a um método experimental de reeducação para ganhar sua liberdade. O filme foi banido por sua representação de extrema violência e por exibir “conteúdo promíscuo” e “obscenidade”, chocando e desafiando o público e os críticos da época.
Último Tango em Paris (1972)
Este polêmico filme, protagonizado por Marlon Brando, conta a história de dois estranhos que se conhecem em Paris e decidem viver uma relação de sexo casual sem revelar nada sobre suas vidas. Foi proibido até 1979 por seu conteúdo de extremo teor sexual, que provocou escândalos e discussões sobre liberdade artística versus moralidade pública.
O Massacre da Serra Elétrica (1974)
Um clássico do terror, O Massacre da Serra Elétrica segue a terrível jornada de cinco jovens que se perdem na estrada e acabam nas mãos de uma família de canibais. Foi banido devido a suas cenas de extrema violência, que ainda hoje são capazes de perturbar o público.
O Império dos Sentidos (1976)
Este filme japonês narra a intensa e obsessiva relação entre uma ex-prostituta e o senhorio de uma propriedade. Foi banido até 1980 por conter conteúdo considerado pornográfico, incluindo cenas de sexo explícito que testaram os limites do que poderia ser mostrado no cinema.
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Cabra Marcado Para Morrer (1984)
Este documentário brasileiro, dirigido por Eduardo Coutinho, foi interrompido pela ditadura militar e só pôde ser concluído anos mais tarde. A produção foi banida por ser considerada um “manifesto ao comunismo”, e tanto os materiais quanto membros da equipe foram apreendidos.
Eu Vos Saúdo, Maria (1985)
Este filme francês, uma releitura moderna da vida da Virgem Maria, mostra uma jovem estudante que aparece grávida sem explicação. Foi proibido sob a alegação de que insultava a fé cristã, gerando uma grande controvérsia na época de seu lançamento.
Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017)
Em uma abordagem mais contemporânea e provocativa, Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola explora a rebeldia juvenil de uma maneira que acabou gerando grandes controvérsias. O filme nacional, baseado em um livro homônimo, segue dois estudantes frustrados que descobrem um diário com instruções para causar caos na escola sem serem pegos. O longa foi proibido em 2022 pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública sob a alegação de fazer apologia à pedofilia, o que gerou debates acalorados sobre os limites do humor e da sátira na sociedade brasileira.
Explorar esses filmes proibidos nos permite entender não apenas a evolução da censura no cinema, mas também como a sociedade e suas normas mudam com o tempo. No caso de filmes como Laranja Mecânica e Último Tango em Paris, as proibições não apenas impediram temporariamente que o público assistisse aos filmes, como também aumentaram o interesse neles, tornando-os cultuados e altamente debatidos.
Essa “proibição” muitas vezes funciona como um catalisador para a discussão cultural, forçando a sociedade a confrontar e reavaliar suas próprias normas e limitações. Cada um desses filmes, à sua maneira, desafiou os limites do que era aceitável e provocou importantes discussões sobre os limites da liberdade de expressão e os direitos dos criadores.