Em uma era onde a tecnologia avança a passos largos, transformando a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor, não é de se espantar que o setor financeiro também passe por suas revoluções. Quem diria que, assim como os discos de vinil deram espaço para o streaming de música, as tradicionais formas de transferência de dinheiro, como o Documento de Ordem de Crédito (DOC) e a Transferência Especial de Crédito (TEC), também encontrariam seu final? Neste artigo, vamos mergulhar nesse momento histórico das finanças brasileiras, entendendo o que muda com o encerramento do DOC e do TEC no Brasil.
A despedida dessas modalidades não é apenas uma notícia financeira; é um marco na maneira como o Brasil se move em direção a um futuro mais ágil e digital. Assim como em um filme de ficção científica, onde personagens se deslocam de um ponto a outro instantaneamente, o Pix surgiu como essa “teletransportação financeira”, deixando para trás métodos que, embora confiáveis, já não atendiam à velocidade desejada pelo público. Vamos explorar esse novo capítulo da economia digital, analisando as causas e as consequências dessa mudança significativa.
O fim de uma era
O Documento de Ordem de Crédito, ou DOC, deixa de funcionar oficialmente no Brasil a partir desta quinta-feira (29). A forma de transferência de dinheiro que antes era popular para movimentar diferentes quantidades agora deixa de ser usada no país justamente pela queda na demanda.
Bancos e Febraban
Oficialmente, bancos ligados à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deixaram de oferecer o DOC ainda em janeiro deste ano. Entretanto, a data de 29 de fevereiro de 2024 era o prazo máximo para pagamento de um DOC agendado previamente. A partir de agora, portanto, os servidores foram encerrados em definitivo pelos bancos, que já não aceitam recebimento e processamento de ambas as modalidades.
Quem também deixa de operar nesta mesma data é a Transferência Especial de Crédito (TEC). Essa modalidade de pagamento era usada apenas por empresas para fazer o pagamento de benefícios aos colaboradores.
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DOC: um pouco de história
Mais famoso entre os dois tipos de pagamento encerrados, o DOC foi criado em 1985 pelo Banco Central do Brasil e tinha como valor máximo de transação R$ 4.999,99. No primeiro semestre de 2023, apenas 0,05% do total de transações feitas no país aconteceu via DOC.
Sem chances contra o Pix
O fim das operações via DOC é uma consequência direta da popularidade de outra forma de pagamento. É o serviço de transferência digital e instantânea Pix, hoje uma preferência nacional. Por ter um limite ajustável, valor personalizado para transferências e movimentação instantânea mesmo entre contas de diferentes pessoas ou instituições bancárias, o Pix ganhou tração rapidamente no Brasil.
O novo favorito
Em 2023, transações via Pix bateram recorde e chegaram a mais de R$ 15,3 trilhões movimentados em volume de transferências. Em dois anos, a modalidade ultrapassou até mesmo pagamentos antes favoritos do público brasileiro, como boleto bancário e cartões de crédito e débito.
E o TED?
A Transferência Eletrônica Digital, ou TED, segue em funcionamento — ao menos por enquanto. Esse tipo de pagamento ainda é usado para movimentações de dinheiro em grandes quantidades.
A mudança no cenário financeiro brasileiro marca o fim de uma era e o início de outra, dominada pela rapidez e eficiência das transações digitais. Com o encerramento do DOC e do TEC, o Brasil dá mais um passo rumo à consolidação de um sistema financeiro mais ágil, seguro e adaptado às necessidades de uma sociedade que não para de se transformar. O Pix, agora o queridinho das transferências, simboliza essa nova fase, onde o imediatismo e a praticidade são valores indispensáveis.