Às vezes, as joias do cinema levam seu tempo para brilhar, alguns clássicos precisaram de anos para alcançar seu status. Em um mundo onde os números de bilheteria muitas vezes definem o sucesso imediato de um filme, há obras-primas que só foram reconhecidas por seu verdadeiro valor muito depois de suas estreias. Imagine aqueles filmes que hoje ocupam um lugar de honra na história do cinema, mas que, em seu lançamento, mal conseguiram recuperar os custos de produção. É uma viagem fascinante revisitar esses clássicos e entender como, apesar de um começo difícil, eles conseguiram conquistar corações e mentes ao longo dos anos.
Muitas dessas histórias envolvem filmes que, devido a diversos fatores, como temáticas avant-garde ou lançamentos mal cronometrados, não conseguiram atrair o público esperado inicialmente. Mas, como bons vinhos, alguns filmes só melhoram com o tempo, ganhando apreciação e uma legião de fãs que os reconhecem como os verdadeiros clássicos que são. Vamos mergulhar na história de oito filmes que, apesar de um início desanimador nas bilheterias, conseguiram transcender suas expectativas iniciais para se tornarem ícones culturais e obras-primas aclamadas.
The Rocky Horror Picture Show (1975)
Dirigido por Jim Sharman, The Rocky Horror Picture Show é um dos musicais mais emblemáticos de todos os tempos. A princípio, o filme foi recebido com indiferença, a ponto de Roger Ebert, um renomado crítico de cinema, notar que ele foi ignorado por praticamente todo mundo. Contudo, o filme encontrou seu público cativo em exibições à meia-noite e eventos temáticos de Halloween, transformando-se em um fenômeno cult.
A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971)
Sob a direção de Mel Stuart, esta adaptação da obra de Roald Dahl não teve o início esperado. Com uma arrecadação inicial de apenas US$ 4 milhões, o filme mal cobriu o orçamento de US$ 3 milhões. Apesar disso, e das críticas negativas de Dahl à sua trilha sonora, A Fantástica Fábrica de Chocolate superou as adversidades, conquistando um lugar especial no coração dos fãs e inspirando futuras adaptações.
Ensina-me a Viver (1971)
Hal Ashby trouxe à tela uma história de amor incomum entre um jovem obcecado pela morte e uma idosa de 79 anos. Ensina-me a Viver enfrentou resistência inicial e levou 12 anos para se tornar lucrativo. A despeito das críticas negativas iniciais, o filme foi posteriormente reconhecido por sua originalidade, ganhando status de cult.
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Um Corpo que Cai (1958)
Alfred Hitchcock, conhecido por seus thrillers psicológicos, enfrentou um revés com Um Corpo que Cai. Na época, o público esperava mais um de seus romances suspense, mas encontrou uma história sombria que não foi bem recebida. Hitchcock chegou a culpar a idade avançada do protagonista Jimmy Stewart pelo fracasso inicial do filme.
The Thing (1982)
Este clássico de terror de John Carpenter foi inicialmente recebido com críticas negativas, quase não recuperando seu orçamento de US$ 15 milhões. Carpenter considerou The Thing o maior fracasso de sua carreira. No entanto, o filme foi reavaliado com o tempo e hoje é celebrado como um marco no gênero de terror.
O Mágico de Oz (1939)
A produção de O Mágico de Oz foi marcada por desafios, incluindo mudanças na direção. Apesar dos altos custos de produção, o filme não foi um sucesso imediato, tornando-se lucrativo apenas após seu relançamento em 1949. Hoje, é considerado um clássico inovador, amado por diversas gerações.
A Felicidade Não Se Compra (1946)
Frank Capra criou uma história que se tornaria um clássico natalino. Contudo, A Felicidade Não Se Compra não teve sucesso imediato nas bilheterias. Foi apenas após um erro administrativo que deixou o filme em domínio público que ele ganhou popularidade, tornando-se uma tradição de fim de ano.
Cidadão Kane (1941)
Orson Welles enfrentou dificuldades com Cidadão Kane, que não conseguiu recuperar seus custos de produção inicialmente. Hoje, o filme é frequentemente citado como um dos melhores já feitos, mas na época de seu lançamento, Welles encontrou um cinema quase vazio durante a estreia em Chicago.
Estes filmes são testemunhos da natureza imprevisível do sucesso no cinema. O que hoje pode ser visto como um fracasso nas bilheterias, amanhã pode ser reconhecido como uma obra-prima. A jornada desses clássicos do cinema nos lembra que o verdadeiro valor de uma obra de arte muitas vezes só é reconhecido com o tempo.