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7 filmes polêmicos que foram sucesso nas bilheterias mundiais

Quando pensamos em filmes que fazem sucesso nas bilheterias, geralmente imaginamos histórias envolventes, efeitos especiais deslumbrantes ou elencos de peso. Mas há um tipo de filme que chama a atenção do público por razões diferentes: a polêmica. Seja por abordar temas controversos ou por desafiar tabus, esses filmes muitas vezes atraem multidões justamente por causarem desconforto ou indignação. Nesta matéria, vamos falar sobre sete filmes que geraram polêmica e, mesmo assim, foram sucessos de bilheteria em todo o mundo.

É curioso notar como o debate público pode ser um poderoso impulsionador de bilheteria. Às vezes, a polêmica serve como um marketing eficaz, atraindo pessoas que querem entender o motivo do alvoroço ou que estão interessadas em participar da conversa em torno do filme. A seguir, vamos explorar sete filmes que, apesar (ou por causa) de suas controvérsias, conquistaram o público e se tornaram grandes sucessos de bilheteria.

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Créditos: Reprodução

A Paixão de Cristo (2004)

O filme dirigido por Mel Gibson sobre os últimos dias de Jesus Cristo arrecadou cerca de US$ 612 milhões em bilheteria mundial. Como esperado, qualquer filme que aborda figuras religiosas importantes sempre gerará polêmica, pois cada crença tem sua interpretação de como essas figuras devem ser retratadas. No caso de A Paixão de Cristo, a polêmica girou em torno do foco extremo na violência e no sangue, que foi alvo de críticas por parte de religiosos e outras pessoas que consideraram a abordagem do filme exagerada.

Além disso, a representação dos personagens judeus foi outro ponto de controvérsia, especialmente considerando comentários polêmicos de Mel Gibson sobre o povo judeu. Apesar dessas discussões, A Paixão de Cristo fez um enorme sucesso de bilheteria, a ponto de uma sequência estar em produção 20 anos após o original, com Mel Gibson retornando à cadeira de diretor.

Oppenheimer (2023)

Este filme, que retrata a vida de J. Robert Oppenheimer, uma das principais figuras do Projeto Manhattan, gerou US$ 953 milhões nas bilheterias. A controvérsia em torno de Oppenheimer começou com críticas ao foco do filme, que se concentrou principalmente em Oppenheimer e não abordou as consequências dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. Algumas críticas também apontaram a falta de destaque para os indígenas americanos que foram deslocados devido ao Projeto Manhattan.

O sucesso de Oppenheimer nos cinemas e na temporada de premiações mostrou como a polêmica inicial se dissipou com o tempo. No entanto, o fato de o filme retratar apenas uma parte da história ainda foi um ponto de debate, pois muitos acreditavam que um filme que trata da Segunda Guerra Mundial deveria incluir outros aspectos importantes da história.

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O Rei do Show (2017)

Com uma arrecadação de US$ 435 milhões, O Rei do Show foi um sucesso de bilheteria, mas também foi alvo de críticas. O filme é uma cinebiografia musical de PT Barnum, o famoso dono de circo americano, mas recebeu críticas por retratar Barnum de forma muito mais benigna do que a realidade. A verdadeira história de Barnum é bem menos lisonjeira, já que ele obteve lucro explorando pessoas com deficiências e outros aspectos incomuns como atrações do circo.

O Rei do Show retrata Barnum como um homem gentil que dá emprego a excluídos da sociedade, mas essa versão romantizada foi duramente criticada. A verdadeira história de Barnum mostra um homem mais interessado em lucrar do que em cuidar das pessoas. Ainda assim, o filme se tornou um sucesso, especialmente por suas músicas envolventes e pela história comovente, apesar da controvérsia.

Queda (2004)

Queda, que arrecadou US$ 92 milhões, trouxe à tona uma polêmica que mexeu com o público alemão. O filme retrata os últimos dias de Adolf Hitler em seu bunker em Berlim durante a aproximação das forças aliadas. A Alemanha possui regras rígidas contra a iconografia nazista, mas são permitidas exceções para fins artísticos e educacionais. O filme causou um grande alvoroço, com muitos acreditando que seria doloroso para a Alemanha revisitar um passado tão sombrio dessa forma.

Um dos medos iniciais antes do lançamento do filme era que a representação de Hitler poderia criar algum tipo de simpatia, não necessariamente pelo que ele fez, mas pela maneira como a narrativa aborda sua última semana de vida. Apesar dessas preocupações, Queda teve um tom bem equilibrado e alcançou grande sucesso, tornando-se um clássico do cinema alemão.

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Laranja Mecânica (1971)

A adaptação de Stanley Kubrick do romance de Anthony Burgess causou grande alvoroço ao retratar cenas gráficas de violência. O filme arrecadou US$ 114 milhões nas bilheterias e foi até banido em alguns países. Kubrick enfrentou tanta pressão que acabou retirando Laranja Mecânica dos cinemas britânicos.

O filme segue uma gangue de bandidos violentos e mostra muitos de seus crimes em detalhes excruciantes. Uma preocupação inicial era que Laranja Mecânica pudesse inspirar uma onda de crimes imitadores e glorificar a vida dos gangsters. Embora o filme tivesse classificação R, ele ainda conseguiu atrair muitos adolescentes e crianças, sendo mencionado em várias ações judiciais como uma influência negativa.

Borat (2006)

Com uma arrecadação de US$ 262 milhões, Borat é outro filme que gerou controvérsia e sucesso ao mesmo tempo. Como muitos projetos de Sacha Baron Cohen, Borat é intencionalmente provocador e satírico. O filme usa um formato de mockumentary com diversas pegadinhas, mas algumas foram consideradas ofensivas. Por exemplo, Borat sequestra Pamela Anderson, algo que Cohen afirma ter sido encenado, mas ainda assim gerou muita polêmica.

O governo do Cazaquistão também criticou Borat por representar o personagem como ignorante, rude e anti-semita. A falta de familiaridade do público ocidental com a cultura cazaque intensificou a controvérsia. Além disso, houve diversas ações judiciais movidas por pessoas que participaram do filme, alegando terem sido enganadas sobre a verdadeira natureza do documentário. A sequência, Borat Subsequent Moviefilm, também foi igualmente controversa.

Bonnie e Clyde (1967)

Antes de Laranja Mecânica, Bonnie e Clyde chocou o público por sua violência gráfica e por seus protagonistas criminosos carismáticos. O filme é baseado na história real da Gangue Barrow, conhecida por roubar bancos e matar policiais durante a Grande Depressão. O final de Bonnie e Clyde é particularmente chocante, com os personagens sendo brutalmente metralhados em seu carro.

O filme foi criticado por glamorizar a violência e ignorar as vítimas da Gangue Barrow. Mesmo assim, tornou-se um dos filmes de maior bilheteria de 1967, superando até mesmo You Only Live Twice, do James Bond. A forma como Bonnie e Clyde retratou os criminosos como heróis românticos foi duramente criticada, mas o filme ainda é um marco no cinema por abordar a violência de maneira tão direta.

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South Park: Maior, Mais Longo e Sem Cortes (1999)

Desde o primeiro episódio da série, South Park já havia causado polêmica, e o filme seguiu o mesmo caminho. O filme, que arrecadou US$ 83 milhões, trouxe humor obsceno, músicas impróprias e palavrões em abundância, algo que não poderia ser mostrado na televisão. Um problema recorrente é que South Park parece um programa infantil, mas o conteúdo é altamente inadequado para crianças.

A ideia de quatro garotos assistindo a um filme obsceno de dois comediantes canadenses foi uma das razões pelas quais South Park enfrentou tanta controvérsia. O filme brinca com a ideia de crianças serem atraídas pelo visual do desenho, mas depois serem bombardeadas com conteúdos inapropriados. Mesmo com toda essa polêmica, o filme foi um sucesso de bilheteria e continua sendo um marco no universo de comédias adultas.

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